Outra vez no Inverno, mas ainda em 2011, sai finalmente o segundo número dos CASU. Tal como se previa, este foi um ano de grande mudanças. O clima de crise estendeu-se a toda a "zona do euro", tendo os países do arco do mediterrâneo (Portugal, Espanha, Itália e Grécia) alterado a composição dos seus governos. Inicia-se portanto um novo ciclo político, muito pressionado para implementar difíceis reformas, no âmbito de um Estado social que parecia inquestionável e plenamente consolidado. A nível pessoal, concretizou-se uma súbita alteração de enquadramento. Quebrou-se um percurso iniciado já no século passado (!) e, ao mesmo tempo, surgiu a oportunidade de abraçar um projecto estimulante, sediado na margem esquerda do Mondego, onde participamos activamente no muito que está também por fazer.
Mas foi sobretudo a mudança de grau académico, defendendo a tese no dia das Letras Galegas (17 de Maio), que impediu a sequência imediata do primeiro número dos CASU. Ainda assim, na ausência de artigos da Primavera e do Verão, esta iniciativa tem o mérito de contribuir para a adesão a um projecto de publicação de manuais universitários, actualmente já em curso, de que daremos notícia em breve. Nestes textos de Outono, apresentam-se dois dos trabalhos em que estivemos empenhados nos últimos anos. No domínio da arquitectura, um projecto de habitação colectiva, hoje "à venda", que revela os problemas de planeamento existentes em Portugal e a falência de um sistema administrativo de controle burocrático dos processos, que não facilita o encontro das melhores soluções, em tempo útil. De igual modo, no domínio do ordenamento do território, a participação na equipa técnica de consultores para a revisão do plano da área metropolitana de Lisboa constitui uma experiência profissional que estará por concluir, através de uma metodologia de trabalho mais conseguida, tanto em termos políticos como técnicos.Um terceiro artigo introduz um tema de grande actualidade, a necessidade de convergência entre o urbanismo e os transportes, do qual muito depende a sustentabilidade das nossas cidades. A qualificação da vida urbana em todos os seus âmbitos, onde o espaço que é público desempenha um papel fundamental, é também a leitura que propõe Isabel Costa Lobo, urbanista e geógrafa. A diversidade na formação dos autores destes textos (em 2.4 temos um esquema gráfico de um economista), será evidente na próxima edição dos Cadernos, onde se abordará igualmente a ligação entre urbanística e austeridade.
Que seja o lema para um bom 2012!
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