sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

2.2 - A vivência do espaço público urbano

por Isabel Costa Lobo *


Como é vivido o espaço público urbano? Que formas tem? De que é que depende? Do espaço em si ou das pessoas? Pretende-se apenas apresentar uma forma de abordagem e um ponto de partida, para uma temática vasta e muito complexa, porque depende de muitos factores, palpáveis e não palpáveis, e de muitos intervenientes. É quase impossível “controlar-se” totalmente a “qualidade” da cidade e julgar que essa qualificação “dura” e fica terminada! Não só o espaço público muda, porque a cidade muda (funções, edificado, imagem), como os habitantes e utilizadores mudam (ficam mais velhos) e ainda se alteram os seus comportamentos, as suas necessidades, as suas exigências.
Escolheram-se em Lisboa 3 casos de estudo muito diferentes, tanto pela sua “idade” e história, como pelas funções e desenho urbano: a Graça, área mais antiga, com população mais envelhecida e zona histórica com monumentos; as Avenidas Novas, área plana e malha ortogonal, essencialmente de serviços, com uma população residente que regista decréscimos significativos; e Telheiras, área de urbanização mais recente, construída a partir de um Plano de Pormenor de conjunto, principalmente residencial e com uma população mais jovem.
Os dados, as observações e as análises feitas, na perspectiva exigível do rigor académico, sustentam uma intenção e uma convicção: a de que qualquer intervenção de Qualificação da Cidade, para ter êxito, deve apoiar-se numa “pedagogia” colectiva – ou seja, não é tão importante e é quase impossível de dizer objectivamente se uma cidade é “boa” ou é ”melhor” que outra – as pessoas no seu conjunto têm que aprender a viver na cidade, a sentir-se bem na cidade, a usufruir da cidade e a gostar da cidade.

* Licenciada em Geografia e Planeamento Regional; Mestre em Qualificação da Cidade.
** Fotografia de Carlota Costa Cabral.

1 comentário:

  1. É meu entendimento que as cidades e os dirigentes políticos é que tem de aprender com as experiências bem sucedidas, o porquê a população local ou turística adere mais a uns locais que a outros, que deve haver espaços diversificados para todos os gostos e sensibilidades, e com isso é que certamente as cidades do futuro passarão a ser mais amadas pela sua população ou visitantes.

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