Em Fevereiro de 2011 publica-se o primeiro número dos Cadernos de Arquitectura e Sustentabilidade Urbana. Este foi um Inverno pródigo em acontecimentos de consequências globais. Dias de frio prolongado paralisaram vários aeroportos na Europa e nos Estados Unidos, deixando no ar, mais uma vez, a sensação de quanto são limitadas as nossas tecnologias. Também o clima económico baixou para níveis inesperados. Portugal enfrenta uma grave crise de endividamento a credores internacionais, como um novo rico que se habituou a luxos (in)dispensáveis, mas que não tem dinheiro para os pagar. Já não se vislumbra a forma de acreditar na classe política para ultrapassar o problema e as soluções apontadas são igualmente pouco credíveis. É uma geração europeia à rasca, de parvos por terem pensado que a qualidade de vida estava garantida.
Noutro quadrante, geram-se revoltas que em poucos dias derrubam poderes de muitos anos. Terá o Egipto dado o primeiro estilhaço de um novo mundo árabe? Estejamos atentos, porque ali a dimensão demográfica e cultural é talvez demasiado pesada para o Ocidente. Em qualquer CASU, abrem-se janelas de oportunidades para os jovens, que muito bem aceitam o risco de trabalhar por esse mundo fora, por exemplo na Praia, em Cabo Verde, ou em Tripoli, na Líbia. Em especial para eles vai esta imagem da praça central de Marrakech, que proporciona experiências memoráveis.
Editoriais mais disciplinados reservam-se para futuros números dos Cadernos. Nesta primeira edição, Patrícia Canelas resume o enquadramento da avaliação ambiental em arquitectura, Joana Lavado aborda o ordenamento da dispersão territorial em Leiria e Gonçalo Machado destaca a importância urbanística do comércio de proximidade, que me lembrei de completar com um breve texto sobre as ruas, enquanto espaço público básico para o funcionamento da cidade.
Boas leituras,
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