sexta-feira, 20 de março de 2020

112 - Towards a Healthy Urbanism



There’s nowadays a common knowledge that the increasing of urban land have caused huge constrains to the population health. Although, the identified good practices in urban planning and design show us that some models can be implemented in order to improve the citizens and communities health. In this sense, the relation between urbanism and public health is a growing area of research, in both empirical and theoretical fields.

In the European context, the examples capable to produce more healthy urban environments have been recognized in the last decades by institutions like the International Network for Traditional Building, Architecture and Urbanism, the Phillipe Rotthier pour l’Architecture or the Prince’s Foundation for the Building Community, among others. Some of their concerns and practices towards a healthy urbanism are shared by several local communities and also the World Health Organization inserts those remarks in his international guide lines.

Besides the most well-known urban regeneration in Plessis Robinson, near Paris, and the new city of Dorchester, in the United Kingdom, this article presents other projects that deserve equal recognition, some of them remarkable for their contribution in very difficult scenarios. These are the examples of the temporary villages for refugees in Greece, by Richard Economakis, and the intervention in Kabul’s old city, creating jobs and pride, by Scott Liddle and the NGO Turquoise Mountain.



quarta-feira, 18 de março de 2020

111 - O ordenamento do território e o aeroporto do Montijo *


O reactivado Conselho Superior de Obras Públicas analisou recentemente o Programa Nacional de Investimentos 2030, considerando o próximo quadro comunitário, com uma especial ênfase no transporte ferroviário e visando a sua integração nas redes ibérica e europeia. É uma aposta essencial para a competitividade da economia portuguesa, relevando a posição geoestratégica do país, da qual depende igualmente o sector portuário.
De igual modo, desde que se iniciou o debate sobre a necessidade de ampliar a capacidade do aeroporto de Lisboa, afirma-se nesse mesmo sentido que é um projecto de âmbito nacional, não só da capital ou da sua área metropolitana. Décadas passaram e pese embora as obras realizadas entretanto nos dois terminais, mantém-se a urgência de construir uma nova infraestrutura, na margem esquerda ou direita do Tejo. Foi dito que a localização era indiferente, importante era o modelo aeroportuário. Mas a organização das actividades é indispensável para a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável.
Ora, o Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa, enquanto instrumento de gestão territorial que está ainda em vigor, desde 2002, definiu a sua localização na Ota. Contudo, tal não impediu que alguns anos depois se tenha considerado o Campo de Tiro de Alcochete como melhor alternativa, ao beneficiar da acessibilidade proporcionada então pela Terceira Travessia do Tejo, recorrendo-se a um estudo comparativo, que utilizou a metodologia de Avaliação Ambiental Estratégica.
Ao mesmo tempo, apareceu ainda uma terceira solução, designada como Portela+1, elaborada pelo centro de estudos da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica do Porto, hipótese naquele momento não prevista, por se entender que um novo aeroporto levaria a uma progressiva desactivação do Humberto Delgado. As circunstâncias alteraram-se rapidamente e este é o modelo agora proposto.
O contexto actual aponta para uma maior limitação de recursos ambientais e financeiros, para além da concessão da empresa de exploração e da infraestrutura aeroportuária construída em Beja. O governo e a ANA acordaram desenvolver este conceito Portela+1 através da ampliação da base aérea do Montijo, que recebeu o parecer positivo da Agência Portuguesa do Ambiente, condicionado à mitigação de uma série de impactes negativos.
Se por um lado podemos reconhecer a importância do projecto para o desenvolvimento do país, sublinhando o seu alcance nacional e a necessária integração na estratégia de investimentos do Portugal 2030, em linha com a salvaguarda de sustentabilidade ambiental e socioeconómica que deve nortear a gestão pública, por outro deverá reforçar-se a exigência de se acautelarem todos os riscos relacionados com a segurança das populações afectadas, pela fiscalização de execução do contrato de concessão e das medidas de mitigação ambiental.
Em simultâneo, devem iniciar-se de imediato os procedimentos para o novo Programa Regional da Área Metropolitana, que enquadre devidamente a infraestrutura na gestão do território e da mobilidade, no quadro da Lei de Bases da política pública de solos, ordenamento e urbanismo. Finalmente, destaca-se também a necessária exigência de qualidade arquitectónica para todo o conjunto de novos edifícios e espaços públicos e privados, considerando os valores patrimoniais e paisagísticos em presença no lugar de intervenção.

* publicado no "Observador" a 21 de fevereiro de 2020.