quinta-feira, 31 de março de 2016

15.1 - Encontro Ibérico da INTBAU em Vila Nova de Cerveira


Dois anos após a constituição do chapter português, em Fevereiro de 2014 (veja-se aqui o CASU 10.2), divulgo o 1º Encontro Ibérico da International Network for Traditional Building, Architecture and Urbanism (INTBAU), que se realiza de 7 a 9 de Abril de 2016, com este excelente programa.


7 de Abril
10.00 Workshop on Traditional Architectural Details, Vila Nova de Cerveira
Alexandre Gamelas / Catarina Santos / Pablo Álvarez Funes / Gilberto Carlos / Teresa Correia
18.00 Boas Vindas na Escola Superior Gallaecia

8 de Abril
10.00 Abertura / Apertura
Fernando Nogueira
10.15 Apresentação do Encontro / Presentación del Encuentro
Rui Florentino
10.30 Cultura Urbana
Modera: Jaime de Hoz
Sidónio Pardal: Cultura urbana, território e sociedade
Pablo Álvarez Funes: Stanhope Architecture – obra reciente
Jesus Conde: El mapa como instrumento activo en la construcción del paisaje
Goreti Sousa: A humanização da paisagem no Alto Minho: o planalto de Castro Laboreiro
Malcolm Millais: Uma história de destruição e preservação na Dublin Georgiana

13.00 Almoço Livre / Comida Libre
15.00 Arquitectura e Património / Arquitectura y Patrimonio
Modera: Sandro Lopes
Fernando Vela: El Plan Nacional de Arquitectura Tradicional
Mariana Correia / Gilberto Carlos: Investigação no CI-ESG – projecto FCT Seismic-V e projecto Europeu VerSus
André Tavares: Reconstrução para Turismo Rural – duas intervenções na encosta da Serra da Freita
Joana Gonçalves: Tradição em Continuidade – Estratégias para uma intervenção inclusiva no património vernáculo
Pilar Diez: Restauración del patrimonio arquitectónico en Tierra de Campos
17.00 Coffee-break
17.30 Arquitectura e Património / Arquitectura y Patrimonio
Modera: Mónica Alcindor
Mariano Ruiz: La memoria de la arquitectura y el urbanismo
Alexandre Gamelas / Catarina Santos: O pormenor arquitectónico e o carácter das cidades tradicionais
Inês Pimentel: Entre o Restauro e a Reinterpretação – duas obras de Reabilitação, Porto
Clara Vale / Arquitectos Sem Fronteiras Portugal: Património da Cultura Avieira
Carmen Moreno: Aprendiendo de la tradición arquitectónica en el sur de Marruecos

9 de Abril
10.00 Paisagem Urbana / Paisaje Urbano
Modera: David Viana
Henrique Seoane: El nuevo paisaje litoral en el golfo Ártabro entre A Coruña y Ferrol
Ana Silva: Requalificação da Baixa de Vilamoura
Oier Ochoantesana: La plaza Nagusia de Otxandio
Jaime de Hoz: Evolución, modificación y cambio del paisaje urbano
Rui Florentino: Tradições urbanas nos Prémios Rafael Manzano Martos
12.30 Encerramento / Cierre
José Baganha / Javier Cenicacelaya
15.00 Visita
Moinhos da Gávea, Vila Nova de Cerveira

Organização
INTBAU Portugal / Escola Superior Gallaecia / INTBAU España

Parceiros
Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira
Universidad Alfonso X
Centro de Investigación de Arquitectura Tradicional de la Universidad Politécnica de Madrid

sexta-feira, 25 de março de 2016

15.2 - Urban Traditions: the Portuguese Culture in a Global World


Urban Traditions can be a main classic concept in planning research, raised with the famous Françoise Choay review of the progressive and cultural approaches to urban theories (1965). After a half a century, we certainly can understand both, the French and British utopias or realities, and also many other different models of urban traditions, all over the world. The post modern perspectives increased these studies, for example with the Leon Krier’s books, and applied it to a several urban renewals, like Plessis Robinson near Paris, or Dorchester in the United Kingdom.
In the Portuguese context, these classical analyses were presented by Professors José Manuel Fernandes (1987), Manuel Costa Lobo (2013) and Manuel Teixeira (2015), among others. A comparative perspective was specially related to the orthogonal design of many Spanish cities in the nineteen century (the Ensanches), in their own tradition of roman establishments, promoted with the “Indian Laws” for the new American towns in the Age of Colombo’s discoveries. The Portuguese traditional cities are, on the contrary, irregular urban forms, raised upon the landscape.
This urban culture appears also in South American cities, major ones like Rio do Janeiro or small towns like Olinda in Recife, Brasil. But the same tradition can be seen in Africa (Cabo Verde, Angola and Mozambique, among others), and in Asia (like Goa in India or Macau in China). Its characteristics are based on the public spaces, the small and irregular streets and squares, his civic and austere architecture, considering also the respect for the environment and the natural places.
The urban models are always a path to the evolution of societies, but the world conscience for the limits of growth and the sustainable discourse increases the relevance to develop the traditional art of human settlements. This paper explores the Portuguese character of cities, given by their singular heritage and townscape. It shows an approach needed to preserve and renewal the urban cultures, facing the present challenges of great uncertainty for the next generations.

Rui Florentino

15.3 - Smart City Governance: E-Planning Tools


Due to the massive networking of the present digital era, the technological approaches have raised many challenges for urban governance. The decision making processes are dealing with the increase of citizen participation, “bottom-up” initiatives, new planning methods and accountability. This paper explores different e-planning tools that can be used to develop healthy communities and achieve better practices in the fields of urban governance and city services.

Spatial planning innovation requires linked actions, cooperation, metropolitan strategy and leadership (Florentino, 2011). But the knowledge supported by the results of social networks interaction is nowadays a central element. More recent research have shown also that it’s possible to balance the energy efficiency in urban areas, according to new e-planning tools (Amado, 2015).

The sustainable vision for a growing urban society demands feed quality, besides basic water and energy concerns. As always, e-planning tools are needed to connect directly the consumers to the producers of the same region. Those different resources will then be managed more efficiently, improving simultaneously the health of their citizens and local neighborhoods.

A second example is related to the competitiveness of urban areas. The historically city centers saw how modern areas have generated their own attractiveness and patterns, looking for services and residential sectors towards natural environments in the context of higher mobility standards. The development of an urban digital economy will balance these movements of value, helping regeneration.

Rui Florentino

15.4 - A Carta de Sintra *


O XVI Congresso Ibero-americano de Urbanismo, que decorreu na deslumbrante vila de Sintra, teve uma participação empenhada, expressa nas 67 comunicações apresentadas e animadamente debatidas. A Comissão Científica, com base nos temas e conteúdos das comunicações e atenta às observações e reflexões críticas dos participantes nas diversas sessões de trabalho, redigiu uma síntese das ideias que se apresentam como resultado conclusivo do Congresso e que se divulgam sob o título “A Carta de Sintra”.
Em boa parte, o texto constitui-se como uma recensão dos trabalhos apresentados ao Congresso. A melhor homenagem que podemos prestar ao Prof. Manuel da Costa Lobo e ao Professor Garcia de Enterría não pode ser outra que não a perpetuação do conhecimento das suas ideias, o estudo e a reflexão sobre os textos e o exemplo que nos legaram. Num gesto simbólico, e que convida à leitura das obras originais, transcrevemos dois excertos de obras dos mestres.

No meio de todos estes aspectos sectoriais lá está o PDM…O PLANO!” (…) “o que é discutido é a matéria de cada um dos estudos e das propostas sectoriais, com todo o peso que a prevalência do saber especializado confere aos serviços e às suas propostas ditas específicas… Só há uma matéria que não é discutida, nem abordada: é o PLANO!! É porque ele é a PEDRA! De facto, quando se vai comer a sopa da pedra deixa-se sempre a pedra, só se come o que está à volta. Da mesma forma, para debater os PDM só se analisam as análises sectoriais, jamais os conceitos de Síntese e as propostas genéricas do Plano. Parece até que ninguém sabe como discutir o Plano. Ou talvez nem se saiba o que é, afinal, o plano! Ou será que se adopta um conceito aditivo, em que o Plano não é mais do que a soma dos estudos sectoriais?
Aqui, como urbanistas, cabe-nos denunciar tal conclusão, o Plano deverá ser PLANO! Isto é, o Plano deverá ser a Síntese, ainda que estando em construção todos os estudos sectoriais como componentes indispensáveis. Só que é preciso saber dar o salto, com intuição, criatividade, humildade, testando as métricas das alternativas encontradas e finalizando por aquela mais favorável, na sequência de uma avaliação multi-critério e uma opção transdisciplinar. Neste caso o PDM seria um Plano de plano directo e não a pedra da SOPA DE PEDRA…”
“A tragédia maior está em que muitos dos urbanistas ainda ligam à noção de plano mediante a entrega de um volume com peças desenhadas e escritas, nomeadamente um Regulamento de Zonas, a entregar aos municípios após o que o trabalho acabou. Não há uma consciência clara de que o urbanismo deverá ser um processo permanente, sem o que se compromete o próprio plano, que implica, vigilância/monitorização, ajustamentos, lançamentos de estudos de aprofundamento, revisões, avaliação de alternativa perante novas circunstâncias e oportunidades”.

Todo el territorio nacional y cualquier parcela del mismo es o suelo urbano, o suelo urbanizable, o suelo no urbanizable, como luego veremos, lo cual determina decisivamente todo su régimen de uso.¿Como hay que cualificar esa acción pública tan extraordinariamente relevante sobre la propriedad privada? ¿Ante que figura dogmática nos encontramos?”
“La vigente Ley califica formalmente al Plan General Municipal” (…) “como 'instrumento de ordenación integral del território'. El origen de esta calificación está evidentemente relacionado con el propósito de cortar el paso a la prática fraudulenta” (…) ”de obviar las exigências de los instrumentos generales de ordenación por vía de la ilegítima extensión del contenido y función de los Planes Especiales”.

* Excerto da introdução d' A Carta de Sintra, por Sidónio Pardal, editada com o apoio da Fundação Serra Henriques, que inclui duas citações, em jeito de homenagem a Manuel da Costa Lobo e Eduardo García de Enterría.