As áreas classificadas pela UNESCO são paisagens culturais singulares,
espalhadas por todo o mundo. Alguns destes lugares integram uma arquitetura
popular menos conhecida, devido ao seu carácter local e tradicional. No entanto,
eles são capazes de fomentar o desenvolvimento económico e a coesão social das
cidades e regiões em que se inserem.
O projeto de investigação 3D Past, que é liderado pela Escola Superior
Gallaecia e financiado pelo programa Creative Europe, estuda e promove o
conhecimento destes lugares singulares. Em Portugal, foi escolhida a paisagem
cultural classificada da Ilha do Pico, onde os habitantes construíram muros de
pedra para produzirem um vinho precioso. Neste artigo, serão discutidos a
história e o desenvolvimento de alguns espaços da freguesia de Santa Luzia, que
assentam num modo de vida ancestral, presente ainda nos dias de hoje.
Ali, a escassez de recursos naturais e as dificuldades de deslocação entre
as vilas acentuaram os efeitos da insularidade, mas a continuidade da cultura,
passada entre gerações, deu frutos e é motivo de orgulho. Nesse sentido, a
classificação patrimonial da UNESCO deve enquadrar-se de forma a valorizar as
suas gentes e paisagens.
O artigo apresenta primeiro os principais períodos do povoamento, ao longo
dos séculos XIX e XX. Num segundo momento, centra-se no desenvolvimento da
ocupação em Santa Luzia, pela leitura dos seus indicadores e da transformação do
território, reconhecendo os valores culturais e paisagísticos que devem ser
protegidos.
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